BRMX Opinião: Rede Globo diz que o motocross no Brasil cresce. Será que isto é verdade?

||

Globo Motocross
A globo está certa?

 

O programa exibido pela Globo no Auto Esporte – clique aqui para ver – de domingo, 14, gerou alguns bons itens para serem discutidos.

Em 2011, o BRMX fez uma enquete e conversou com algumas personalidades para saber o que tornaria o motocross mais popular no Brasil. Muitos apontaram que a cobertura da TV aberta faria isso.

De 2011 para 2016, a comunicação evoluiu bastante. A TV ainda tem glamur e ajudaria, claro, mas as informações correm tão rápido e com qualidade tão boa pela internet que a TV está quase dispensável. Tanto que a própria TV está se reinventando, e migrando cada vez mais para a web. O programa do Auto Esporte, por exemplo, pode ser visto pela internet. Mas isso é outra discussão.

O motivo real deste post é falar do título da matéria do Auto Esporte: “Motocross brasileiro atrai estrangeiros e cresce no país”.

 

Esse “cresce no país” é polêmico, mas pode ser interpretado.

Se pensarmos no nível dos pilotos, sim, podemos dizer que o esporte cresceu. E não somente pela vinda dos estrangeiros. Atualmente temos pilotos mais técnicos e mais dedicados às rotinas de um profissional se compararmos com a maioria dos pilotos da década passada. Os brasileiros treinam mais e melhor, sabendo melhor que caminho seguir, um pouco por causa do intercâmbio (seja dos estrangeiros que vieram ou dos brasileiros que foram treinar fora), e um pouco por causa da quantidade de informações que se tem acesso atualmente.

Sem tirar o mérito daqueles que sempre se dedicaram, depois da vinda de Carlos Campano, em 2012, os pilotos brasileiros precisaram se reorganizar, seguir novos programas de treinos, investir mais, contratar um personal trainer, um nutricionista, fazer uma rotina mais parecida com o que fazem os profissionais nos outros países, onde o motocross já é mais desenvolvido. Campano já fazia isso quando chegou. E chegou superando com facilidade os brasileiros. Hoje, Jean Ramos já briga de igual para igual com o espanhol. E outros atletas também estão seguindo este caminho, principalmente os da MX2, o que nos leva a crer que a geração de Hector Assunção, Fábio “Moranguinho” Santos, Enzo Lopes, Pepê Bueno, Gustavo Pessoa, entre outros, poderá chegar ainda mais perto do nível dos gringos em um futuro próximo.

O que nos falta é evolução em termos de competições. Aí sim vemos regressão nos últimos anos. O campeonato brasileiro, organizado pela Confederação Brasileira de Motociclismo, está em decadência. Não agrada pilotos, nem público, nem equipes. Não evolui há tempos. E o Arena Cross, organizado pela iniciativa privada – Romagnolli Promoções e Eventos – apesar de levar vantagem em alguns aspectos em relação ao Brasileiro, como na divulgação, ainda deixa bastante a desejar, tanto para pilotos quanto para público.

Precisamos de uma revolução nos campeonatos. Nos nacionais e nos estaduais. O motocross tem potencial.

 

Reveja o programa da Globo

Motocross no Auto Esporte nesse último domingo 14/02, muito show, poderiam começar a passar as corridas, o que vocês acham?

Publicado por ADRENALINA MX em Segunda, 15 de fevereiro de 2016