Uma semana se passou. Sete dias de motocross nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, 23, se completam 168 horas desde a chegada. Estamos instalados no box do Gatorback Cycle Park, onde acontece o Mini Os, em meio a mais de mil motorhomes.
O local é muito grande. Imagine uma área dez vezes maior que o motódromo de Canelinha, em Santa Catarina, cheio de pessoas andando para todos os lados em carrinhos de golfe e pitbikes. O clima é frio, seco, mas o sol brilha forte.
Muitos brasileiros estão inscritos. Há três grupos deles no box e, apesar de estarem em áreas diferentes, o convívio é amistoso e de ajuda recíproca. Nós, do BRMX, estamos juntos com a família de Rafael Becker e Enzo Lopes, que viajaram no mesmo dia desde o Brasil. A família do goiano Mercello Leodorico forma outro núcleo, com João e Jânio Rezende, e a terceira turma é das famílias de Ramyller Alves e Gabe Gutierres, que são brasileiros que moram nos Estados Unidos.
Há também muitos latinos. Venezuelanos, equatorianos, mexicanos, costarriquenhos. É comum ouvir alguém falando espanhol. Também há indianos, franceses, italianos. É um verdadeiro motocross multiétnico.
Rotina MX
Desde a chegada a rotina tem sido semelhante. Tudo gira em torno de motocross. Acompanhamos Rafael Becker, 8 anos de idade, desde a saída. O primeiro dia nos EUA foi em função do aluguel do motorhome, das compras no mercado para alimentação, e das tratativas para comprar a moto. O segundo dia foi para pegar a moto na loja, montar, testar, ajustar a suspensão. O terceiro dia foi de viagem até o MTF – Millsaps Training Facility -, onde Rafa e Enzo fizeram treinos preparatórios.
Este lugar, o MTF, merece um parágrafo a parte. Lá tem uma pista de motocross gigante (mais de 2min para dar uma volta), uma de supercross profissional (no padrão AMA SX) e uma de supercross amador (padrão Mini Os). Tem a academia, lavanderia, área de lazer, loja de peças. Muitos pilotos moram lá e treinam sob olhares de Colin Millsaps, a mãe de Davi Millsaps. Para ficar um ano no MTF, desembolsam cerca de 20 mil dólares.
Juan Luis Torres – mecânico, colunista do BRMX, amigo – mora lá e trabalha com o piloto equatoriano Martin Castelo, de 20 anos. Juan foi nosso braço direito, ajudando com ferramentas, dicas, caronas, óleo, lugar para lavar a moto, internet, etc.
Já no Mini Os, a rotina é intensa. O dia passa voando. As primeiras motos entram na pista às 7h, antes mesmo do sol se levantar mais alto que a barreira de árvores que cerca a pista de supercross. Até as 17h, há motos na pista o tempo todo.
Houve apenas um treino livre para cada classe (250A, 250B, Schoolboy, Woman, Girls, 51, 65, 85, Supermini, Sênior 45+, Vet 35+, 450A, 450B, Junior 25+, 250C, 450C, Mini Sr, Schoolboy 1, College), que na hora das corridas ainda ganham subdivisões.
O cronograma não tem horários, e sim ordem de categoria. Todos devem prestar atenção e ir para a fila quando sua categoria está próxima. Há uma categoria na pista, outra alinhada no gate, outra esperando na fila antes de gate e outra esperando no portão de entrada. Ou seja, sempre tem quatro grupos (categorias) trabalhando para entrar na pista. E assim que a bandeira quadriculada é agitada para aqueles que estão na pista, estes quatro grupos se movimentam.
Resultados do dia
Nesta segunda-feira, o grande destaque brasileiro foi Enzo Lopes, que ganhou as duas baterias classificatórias que correu – categorias 250B Limited e Schoolboy 2. Marcello Leodorico também conquistou grande resultado na 65cc, ficando com o segundo lugar.
>>> Resultados de Enzo Lopes
>>> Resultados de Rafa Becker
>>> Resultados de Ramyller Alves
>>> Resultados de Gabe Gutierres
>>> Resultados de Marcello Leodorico
>>> Resultados do Kevyn de Pinho
>>> Resultados do Andrew Ribeiro
>>> Resultados de Ricardo Souza
Importante
Tudo funciona muito bem por aqui em termos de organização de corrida, pista, box, lojas, serviços, etc, mas não há sala de imprensa e/ou internet para trabalharmos.
Por isso, as atualizações são mais raras do que você está acostumado a ver no BRMX.