A Copa Brasil de Motocross 2015 voltou a movimentar o Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH) em Indaiatuba, São Paulo, neste fim de semana, 15 e 16 de agosto. Os roncos das motos retornaram ao complexo depois de quatro anos ausentes. Neste clima nostálgico, a visão do espaço de box novamente lotado coroou a proposta dos organizadores: reaproximar o público, as empresas de produtos off-road e as equipes de motocross para o fortalecimento do esporte.
Na tarde de sábado, 15, os organizadores da competição, Wellington Valadares e Sandro Garcia, os pilotos Paulo Alberto e Gustavo Pessoa, da Honda Mobil, Carlos Campano e Jean Ramos, da Yamaha Grupo Geração, além do deputado estadual e ex-piloto de motocross, Rogério Nogueira, falaram da proposta da Copa Brasil de Motocross, dos motivos que os levaram a criar uma opção de campeonato e o que esperam do futuro do esporte.
Copa Brasil de Motocross, a origem
– Estávamos insatisfeitos com a constante mudança nos calendários de provas. Então, o Sandro me procurou e propôs que fizéssemos algo ao invés de ficarmos dependendo somente de federações ou de prefeituras para que as provas fossem realizadas. No processo de organizar esta corrida em Indaiatuba, tive a grata satisfação de contar com a ajuda do Rogério Nogueira (deputado estadual e ex-piloto de motocross). Assim, as coisas ficaram mais fáceis. Estamos trabalhando para que tudo dê certo em Indaiatuba e em Florianópolis – Wellington Valadares, organizador, proprietário da IMS Race Wear.
– Os campeonatos que ocorrem no Brasil estão deixando a desejar em alguns pontos, como as constantes mudanças de calendário. O fato de se depender muito de prefeituras e governos faz com que várias datas acabem sendo alteradas, além de contarmos com um campeonato com poucas etapas. Teremos neste ano só seis etapas do Brasileiro de Motocross quando deveríamos ter dez etapas ou até mais – Sandro Garcia, organizador, proprietário do Grupo Geração.
Proposta da Copa Brasil de Motocross
– Criamos a Copa Brasil com a intenção de darmos continuidade a ela. Nosso principal motivo é trazer várias empresas do ramo off-road para participar, para expor suas marcas, como é feito em outros países, unindo força para o esporte crescer. Quando se depende da iniciativa privada, podemos nos preparar com antecedência e garantir que o evento vai acontecer – Sandro Gracia.
Centro de Negócios
– A experiência de colocar o patrocinador com seu mostruário no evento é importante. É uma experiência que já fizemos em Indaiatuba e dá certo. Nos rodeios, como a Festa do Peão que está acontecendo neste fim de semana em Indaiatuba, os patrocinadores colocam seus produtos para expor dentro do evento – Rogério Nogueira, deputado estadual e ex-piloto.
– Os expositores da etapa de estreia da Copa Brasil de Motocross foram bem receptivos com a ideia e estão satisfeitos. Todos já confirmaram a participação de seus estandes na próxima etapa, em Santa Catarina, e é praticamente certo que continuem patrocinando a Copa Brasil no ano que vem. Tem fabricante, inclusive, que não está aqui expondo em Indaiatuba, mas que já estará na prova de Santa Catarina – Wellington Valadares.
Volta a Indaiatuba motocross
– Indaiatuba é pista bem tradicional, com um layout já de alguns anos. É um circuito bem técnico e difícil. Mas, acima de tudo, é uma pista segura, tão boa para um piloto iniciante e intermediário quanto para um profissional- Jean Ramos.
– Melhor pista que já andei no Brasil, e estávamos sem correr aqui desde 2012. Conversando com o Sandro e com o Wellington, expus que na Copa Brasil o ideal é voltarmos a correr nestas pistas boas, como Indaiatuba ou Canelinha, ambas de nível de Mundial. Com a iniciativa de organizarmos um campeonato, não podemos colocar outro nível de pista no calendário. Pilotos precisam de boas pistas para fazerem boas corridas – Carlos Campano.
– Na atualidade, grande parte dos problemas dos campeonatos envolve pistas. Não por falta de circuitos de qualidade, bem pelo contrário, temos no Brasil as pistas de Indaiatuba, Canelinha, Beto Carreiro (Penha). Não podemos deixar de ter corridas em pistas como Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, por exemplo. Acontece é que não podemos ficar dependendo tanto de presidentes de federações de motociclismo. Sabemos que há lugares em que os pilotos gostam da pista, em que a arquibancada estará sempre cheia, mas se acaba indo para outros locais só porque a prefeitura ajudou a custear ou porque há algum amigo da federação local envolvido na organização. Chegando nestes locais, muitas vezes, não há nem estrutura de box, por exemplo. A proposta da Copa Brasil é exatamente a de levar as provas para lugares que já são consagrados, onde há boa estrutura de pista para equipes e pilotos – Sandro Garcia.
Respeito ao calendário
– São poucas etapas para muita preparação. São muitos meses de treino para poucas corridas. No intervalo entre uma etapa e outra, você tem que seguir treinando. Você quer dar seu 100% o tempo inteiro e está há dois meses só treinando, assim, é muito fácil se machucar. Agora, o pior é mudar as datas, porque você tem um calendário e se prepara dentro do tempo. Então, chega na hora e não tem corrida, para qual você está 100%. Com isto, você tenta ficar 100% o ano inteiro, sem cair e sem se machucar é muito difícil – Carlos Campano.
– A mudança de datas no campeonato é o que se torna mais difícil para os pilotos. Eu venho treinando desde janeiro, teríamos corrida em março, mas que acabou indo para maio. Ou seja, o que era dois meses de treino se tornaram quatro meses e isto baixa muito o nosso nível, sendo que você não consegue estar no topo da preparação todo o resto do ano. Sofremos muitos com estas alterações – Paulo Alberto.
Patrocínio no motocross
– Grandes empresas preferem patrocinar os campeonatos aos pilotos. Melhorando as corridas, dando condição para que o público veja o que estes pilotos estão andando hoje, o quanto é bonito o motocross, acredito que, com provas boas, conseguiremos trazer de volta os patrocinadores. Tínhamos muitos patrocinadores que deixaram de investir no esporte por falta de organização dos campeonatos. Hoje, pelo menos, empresários estão tendo a força de vontade de mudar o cenário deste esporte. Pessoas que brigam e lutam pelo motocross, tentando ressuscitá-lo – Rogério Nogueira.
Expectativas
– Ter um evento que reúne todos os tipos de pilotos é bacana para o desenvolvimento do esporte, já que os amadores e iniciantes no motocross têm a oportunidade de ver de perto os profissionais em ação – Paulo Alberto.
– A expectativa de correr em casa, na Honda, é sempre muito boa. A pista é muito boa, como todos os pilotos falam. Vou dar meu melhor, tentar ganhar e, acima de tudo, me divertir – Gustavo Pessoa.
– Já tinha corrido em 2011, na 65cc. Estou vindo de lesão, tirei os pinos nesta semana, e praticamente não treinei. Senti muita dor durante a corrida, mas a vontade de vencer era maior que tudo – Léo Almeida.
Programação do evento
Domingo, 16
Treino livre
7h30 – MX3 (20min)
7h55 – MX1 (25min)
8h30 – MX2 (25 min)
9h5 – Intermediária Grupo A (15 min)
9h25 – Intermediária Grupo B (15 min)
Treino classificatório
9h50 – MX3 (20min)
10h15 – MX1 (30 min)
10h50 – MX2 (30 min)
11h25 – Intermediária Grupo A (15 min)
11h45 – Intermediária Grupo B (15 min)
Provas
12h30 – MX1 (1ª bateria)
13h15 – MX2 (1ª bateria)
14h – MX3 (bateria única)
Premiação da MX3
15h – MX1 (2ª bateria) – SporTV3
Premiação da MX1
15h50 – MX2 (2ª bateria)
Premiação da MX2
16h30 – MX Intermediária (bateria única)
Premiação Intermediária