Com 17 anos, ele foi o mais jovem piloto a ser campeão da categoria profissional (125 dois-tempos) no Brasileiro de Motocross. Aos 24, se afastou da modalidade devido a um acidente que quase lhe deixou paraplégico. Agora, com 35, ele retorna ao campeonato motivado a brigar pelo título da categoria MX3. Parece roteiro de filme, mas é a história de Paulinho Stedile, atleta paranaense que surgiu no cenário brasileiro na década de 90 como a grande promessa do esporte.
– Quando me recuperei da lesão na vértebra L1, não me sentia confiante para voltar (ao motocross). A Pro Tork me apoiou e resolvemos partir para modalidades menos técnicas. Acabei sendo campeão nacional de supermotard, velocross, arena-velocross e cross-country. Hoje me sinto pronto, estou muito feliz, como uma criança que ganha seu brinquedo predileto – diz Paulinho.
O BRMX conversou com o atleta na manhã desta sexta-feira, 19. Prestes a fazer uma cirurgia para retirada de uma haste de metal no fêmur, o piloto atendeu nossa reportagem com um imenso senso de humor e alegria.
– Essa cirurgia (em decorrência de uma queda recente) vai me deixar afastado da moto por um mês e meio. Depois começo meus treinos para o Brasileiro. Mas olha, só de eu andar de moto já é um milagre. Vou realizar mais um sonho ao voltar para o motocross. Sempre quis voltar, mas sabia que não tinha nível pra andar na MX1 ou MX2. Agora que a idade bateu (risos), surgiu a oportunidade – conta.
Depois de ser campeão brasileiro de motocross em 1997 na 125cc, Paulinho conquistou o Brasileiro de Supercross na 250cc em 2001. Era um dos pilotos mais rápidos do circuito, com um dos estilos mais arrojados. O público o adorava. Então aconteceu acidente mais marcante, em 2004, numa final de Brasileiro SX. Paulinho ficou 18 meses sem subir em uma moto. Quando voltou, mal conseguia ficar em pé para pilotar.
– Ainda tenho alguma sequelas. A perna esquerda é mais fraca e a direita não tem sensibilidade do joelho para baixo. Mas eu não reclamo. Só de estar andando já é um milagre. Depois do acidente eu não sentia nada da cintura para baixo – relembra.
A reestreia do atleta no Brasileiro de Motocross acontecerá no fim de semana dos dias 7 e 8 de março, no Mato Grosso do Sul, na etapa de abertura do campeonato. Será o reencontro dele com adversários do passado, como Milton “Chumbinho” Becker e Davis Guimarães, que em 2014 já fizeram uma bela disputa pelo título.
:: Perfil
Nome: Paulo César Stedile
Apelidos: Stedile, Paulinho, Polaco
Número: #788
Data de nascimento: 13 de maio de 1980
Naturalidade: Curitiba, Paraná
Principais conquistas: Campeão brasileiro de motocross, supercross, supermotard, velocross, arena-velocross e cross-country.