Um dos pilotos mais rápidos e talentosos (e temperamentais) que o mundo viu no início deste século é o francês Christophe Pourcel. Aos 26 anos, sua última temporada regular foi neste ano, no AMA MX, com alguns resultados expressivos a bordo de uma Yamaha. Depois, em novembro, correu o Supercross de Bercy pela Bud Racing Kawasaki. O jornalista inglês Adam Wheeler conversou com CP377 sobre o presente e o futuro, e enviou o texto para o BRMX. Confira!
Nesse verão você fez seu retorno. Parecia feliz e rápido com a Yamaha. Quão bom foi estar no AMA MX outra vez?
Ganhei muito já, um título mundial e algumas corridas nos Estados Unidos. Poderia ter feito mais, mas isso já é muito mais do que muitos pilotos puderam alcançar. Foi minha decisão voltar e eu estava lá para me divertir. Acho que foi uma temporada muito boa para mim, mas não em termos de resultados. Não me senti confortável o tempo todo, mas a Yamaha fez de tudo para mim. Meu estilo é muito especial, e eu preciso algumas coisas diferentes (na moto).
Voltar para a Kawasaki deve ter lhe dado mais confiança porque você está mais acostumado com a marca.
Sim. Toda vez que eu subo numa Kawasaki é mais fácil para mim. Ainda temos que trabalhar melhor as largadas, porque acho que quando eu consigo largar na frente, posso manter.
E você está utilizando suspensão Öhlins…
Sim, eles são bons. Ainda não têm muita experiência com supercross, mas acho que vão trabalhar em breve com Chad Reed. Ele sabe tudo, e se ele escolher a Öhlins, será muito bom.
Sabemos que você não se preocupa muito com o que os outros pensam, mas deve ter sido bom calar alguns críticos que diziam que você estava acabado.
Todo ano é a mesma coisa: “deu pra você”. E não é apenas comigo. É sempre legal provar que eles estão errados. Mas, tenho que admitir que não fui tão bem quanto esperava. Este ano foi culpa minha, não consegui dar mais. Tinha velocidade, mas não queria correr um risco “extra”. Cheguei a ganhar de novo, mas não estava feliz. Não consegui ganhar a segunda bateria (em Unadilla, quando venceu a primeira). Estava melhor preparado que em 2009, mas estava meio “amarrado”. Tive que deixar os caras passarem, e isso não foi divertido. Sei que sou rápido, e mostrei isso nos treinos. Preciso achar uma moto que se encaixe no meu estilo porque não vou voltar para o AMA MX 250 para ficar em quinto outra vez. Quase ganhei duas vezes. Não fui pra lá por dinheiro, fui por diversão, mas só me divirto se estiver andando na frente. Já ganhei bastante coisa e um bom dinheiro, então a grana não é a questão.
Qual é o plano para 2015?
Estava conversando com a Kawasaki. Eu queria ir para o time de 450, mas eles escolheram Wil Hahn. Foi difícil para aceitar, mas eles tomaram a decisão deles, e eu disse que entendia. Agora quero uma moto que eu me sinta bem. Se eu tiver uma moto que me dê condições de ganhar, estou dentro. Se alguém se machucar ou se alguma equipe precisar de mim para o supercross, não sei se estarei tão bem preparado como gostaria, porque não estou competindo em campeonatos de SX. Tenho algumas propostas para o AMA MX. Mas quero fazer melhor do que fiz esse ano.
Por fim, falando como um piloto que já viveu a experiência de cruzar o Atlântico nas duas direções para competir, como você acha que será a experiência de Ryan Villopoto no Mundial?
Com um ano de contrato apenas, é difícil. Os cinco primeiros (Paulin, Desalle, Cairoli e alguns outros) se dão muito bem e conhecem todas as pistas. Não é fácil ganhar deles, e Antonio é fantástico. Depois de oito títulos, não acho que ele vá deixar RV2 ganhar dele. Já corri contra Antonio muitas vezes. Ele é muito confiante, e por isso ganha tanto.