O BRMX tem um sócio honorário que nós chamamos de Kebe Loco. Ele é o cara mais louco por motocross que eu conheço. Sentar em um canto da pista e ver moto passar pra lá e pra cá realmente faz a cabeça dele. Neste sábado, 29, último dia de Mini Os 2014, fiquei imaginando ele no Gatorback Cycle Park. Durante esta última semana, foram mais de 500 largadas e mais de mil pilotos na pista! Motos de dois e quatro tempos. 50cc, 65cc, 85cc, 110cc, 125cc, 250cc, 450cc. Crianças desde os 4 anos, adultos, amadores, profissionais, senhores com mais de 50 anos, mulheres. Supercross e motocross. Pilotos bons, rápidos, audaciosos, técnicos, ágeis. Pilotos ruins, lentos, mal posicionados. Teve de tudo. Kebe Loco teria lavado a alma! Kebe Loco teria assistido todos os tipos de corrida de motocross que se pode imaginar em cinco dias. Teria enfrentado vento frio da região de Gainsville, Flórida, de peito aberto e sorriso no rosto. Seria o céu para ele.
Se Kebe Loco olhasse para fora da pista veria também diversos exemplos de um evento bem organizado. Como já relatado nas matérias anteriores, os horários são cumpridos, as regras são iguais para todos, a manutenção na pista é impecável, há lojas, oficinas, serviços, lanchonetes. O Cycle Park se transforma em uma cidade do motocross. E movimenta a indústria. Muito dinheiro circulou naquele espaço em uma semana, pode apostar.
Dentro da pista
O último dia definiu os campeões do motocross, reafirmando que nomes como Austin Forkner, Alexander Frye, Michael Mosiman, Tristan Charboneau, Daniel Baker, Darian Sanayei, entre as promessas que veremos brilhar em breve no AMA Motocross. Forkner, aos 15 anos, é quem chama mais atenção. Franzino, com rosto de criança, voa na pista. E Alexander Frye, piloto técnico e de imposição física, deve aparecer ainda mais cedo no circuito profissional.
Também foi o dia do balanço final para os brasileiros. Ramyller Alves e Pepê Bueno se destacaram, andando entre os dez melhores das categorias para motos de 250cc. Ramyller fez boas largadas, principalmente na Schoolboy 1 (motos de 125cc dois-tempos) e chegou a liderar voltas. Pepê foi bastante consistente, com largadas razoáveis e bom poder de recuperação. Para os demais, os resultados talvez tenham sido abaixo do desejado, mas a experiência foi GIGANTESCA.
Para Rafael Becker – quem o BRMX acompanhou cada passo a convite da família -, a bagagem adquirida será carregada para o resto da vida. Aos 7 anos, ele fez sua estreia nos EUA, largou pela primeira vez em um gate com 40 motos, enfrentou uma pista cheia de buracos e canaletas, encarou descidas e subidas que assustam até os marmanjos, teve que agilizar seu raciocínio, precisou enfrentar os medos. Foi a primeira vez que se viu em uma pista com mais três pilotos subindo a mesma rampa ao seu lado ao mesmo tempo, com outros dez no ar e mais dez vindo BABANDO atrás. Viu Ryder Difrancesco – uma das promessas do MX americano – de perto, se espelhou nele, viu nele um adversário e um alvo a ser alcançado. Cresceu. Se voltar ao Brasil colocando em prática tudo que aprendeu nesta semana, será um piloto mais rápido.
Vale ressaltar que além dos três brasileiros citados, Gabe Gutierres, Dan Kirchoff, Danilo Pinheiro, Janio Rezende e João Pedro Rezende completaram o “time” tupiniquim no Mini Os 2014. Confira os resultados de todos clicando em seus nomes abaixo.
Resultados dos brasileiros
>>> Rafael Becker
>>> Pepê Bueno
>>> Ramyller Alves
>>> Danilo Pinheiro
>>> Gabe Gutierres
>>> Dan Kirchoff
>>> Janio Rezende
>>> João Pedro Rezende
O BRMX agora pega o caminho de volta para casa e prepara uma galeria de fotos especiais e um vídeo sobre o Mini Os. Aguarde!