Dos 25 pilotos que correrão a etapa de abertura do Mundial de Motocross da FIM, em Losail, no Catar, no dia 1º de março, dois estarão sendo mais, digamos, observados: Tyla Rattray e Todd Waters, novos integrantes da equipe Red Bull IceOne Husqvarna.
O australiano Waters foi campeão em seu país aos 23 anos, tendo corrido apenas duas vezes na Europa – defendeu a Austrália em duas edições do Motocross das Nações. Já Rattray é um caso diferente. O sul-africano competiu no Mundial por oito anos até 2008, quando conquistou o título da MX2 vencendo um contundido Tony Cairoli. Depois disso Rattray foi para os Estados Unidos e conseguiu uma vaga no importante time da Pro Circuit. Em cinco temporadas, venceu corridas de MX e apareceu algumas vezes no pódio em etapas do Supercross.
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Mesmo sendo um ex-campeão, a etapa no Catar representa a primeira incursão de Tyla na principal categorial do Mundial – agora chamada de MXGP. O piloto de 28 anos será o único piloto de uma fabricante com motores de 350cc, guiando sua FC350, além do campeão mundial, Cairoli, que andará de 350SC-F, da KTM. Muito provavelmente os outros 23 competidores estarão de 450 quatro-tempos.
– A 350 é incrível de pilotar. Se eu conseguir uma boa largada, meu plano é correr no ritmo de Cairoli, como eu fazia em 2008 – projeta. – Vamos ver o que conseguimos fazer. Aprendi muito sobre pilotagem nos EUA, e fisicamente estou provavelmente no melhor momento da minha carreira.
Rattray, que trabalhou e continua sendo orientado pelo renomado treinador Aldon Baker (o mesmo de Villopoto e Ken Roczen), é cuidadoso ao falar sobre as virtudes de sua nova motocicleta, que possui componentes e um nível de tecnologia similares aos da KTM:
– A 350 pode ser guiada como uma 250, e você pode ‘enrolar o cabo’ e levá-la ao limite. Acho que isso ajuda quando corremos em circuitos difíceis, nos quais lá pela segunda bateria a pista já está ‘amaciada’. Cairoli é um dos maiores, mas não saberei como estou em relação a ele até a etapa no Catar. Desalle e Strijbos foram para os Estados Unidos nos últimos anos, e o melhor resultado de Desalle foi a quinta colocação. Porém, quando ele voltou para a Europa, venceu. Em comparação, aqui (no Mundial) as corridas são diferentes, as pistas são diferentes, a umidade é diferente. Você precisa estar bem naquele dia específico – compara.
– Estamos fazendo muitos testes – conta. – Acho a 350 fantástica para as pistas do Mundial, que não são tão rápidas e são mais técnicas. A equipe tem sido maravilhosa e está fazendo tudo muito profissionalmente. Antti (Pyrhonen, chefe de equipe e ex-piloto) faz um bom trabalho e nós temos o apoio da fábrica, na Áustria. Para ser competitivo você precisa do equipamento de fábrica, e essa está sendo a melhor chance que eu já tive de lidar com esse tipo de tecnologia, que vem funcionando muito bem nos últimos cinco anos.
Pyrhonen também está entusiasmado com a FC350. Além da ampla repercussão sobre como um conjunto menor diminui o peso e auxilia na maneira de guiar a moto, ele acredita que a potência da máquina vai significar melhorias para o time.
– É uma moto muito boa, e é muito legal podermos oferecer à fábrica opções para pilotos velozes que devem chegar da MX2 – comemora.
Rattray está entusiasmado para descobrir como está seu nível de competição, e se vai conseguir reestabelecer seu status nos grandes prêmios. Ele espera repetir a fórmula de sucesso que o levou ao título – e a vencer Cairoli.
– No fim das contas você precisa ter uma estrutura sólida em torno do piloto, e é por isso que Cairoli tem obtido tanto êxito – diz. – Ele está em forma, trabalha sério e as coisas ao redor dele funcionam com perfeição. Ele está focado em todos os momentos. Se não vence, fica em segundo ou terceiro, e sempre trabalha visualizando o campeonato como um todo. Eu fiz a mesma coisa em 2008. Ficava chateado se não ganhava num final de semana, mas depois de algumas corridas você notava que as coisas iam se encaixando. Ao chegar nesse estágio você sabe que precisa estar bem em 16 ou 17 etapas e seguir melhorando – finaliza.
:: Vídeo Teaser da equipe
*O texto original é de Adam Wheeler, da Revista OTOR, parceira do BRMX. Leia aqui!