Este negócio de Hot 5 com Juan Torres está ficando cada vez mais quente. Confira as opiniões do colunista, mecânico, instrutor, informante sobre o mundo do motocross – AMA SX, AMA MX e Mundial de Motocross!
Aproveite!
1 :: Persistência gera resultados
Temos que aplaudir Marvin Musquin. Se nos lembrarmos, o franzino francês veio para os EUA como campeão do mundo de MX2, mas só agora conseguiu ganhar um campeonato na América, passando por várias lesões e muitas dificuldades. Importante é que ele nunca se deu por vencido e sua equipe, Red Bull KTM, sempre manteve o apoio. Musquin é uma prova de quão difícil é competir em um país como estrangeiro. Tudo muda. A comida, as pistas, a forma como trabalhamos, amigos, tudo.
São muitos exemplos. Hoje vemos o quanto é custoso para Villopoto estar na ponta do Mundial de Motocross, ou até mesmo Kyle Regal, que foi para o Brasil e não teve resultados significativos, mas acabou de ser campeão do Arenacross nos EUA.
Isso mostra o quão GRANDE e importante foram as conquistas de Ernesto Fonseca (costarriquenho campeão do AMA SX 125cc), Balbi Junior, que fez diversas temporadas e conquistou bons resultados tanto no AMA SX quanto AMA MX, e outros, como Jeremias Israel (Chile), Pedro Gonzalez (México), Erick Vallejo (México). Todos eles viveram estas dificuldades, e talvez com mais intensidade ainda, já que naquela época a informação não era tão globalizada, não se conseguia ver as pistas antes em vídeos, por exemplo.
E agora temos Martin Davalos (Equador), Jean Ramos (Brasil) e Anthony Rodriguez (Venezuela) dando a cara pelo motocross latino-americano na Terra do Tio Sam. Boa sorte a todos!
2 :: Experiência traz melhorias
Vimos na semana passada a Husqvarna anunciar outro francês, Christophe Pourcel, para o AMA Motocross 2015, que começa dia 16. Eu acho que a contratação vai ser muito boa para a marca. Pourcel é um piloto muito experiente, muito técnico e muito exigente. Acredito que ele será importante para ajudar a desenvolver a moto. Em termos de resultados, devem ser bons, TOP 5, pódios, mas não o suficiente para vencer o campeonato, que deve ficar entre Dungey, Roczen e Tomac.
3 :: Americanos e o Mundial de Motocross
Observando a maneira como os norte-americanos são, acho que a ida de Villopoto para a Europa não está gerando os resultados esperados em termos do número de pessoas que seguem o Mundial de Motocross. Os americanos são realmente antenados em seus campeonatos, que são transmitidos ao vivo e têm muitas notícias geradas ao longo das semanas. Sim, há notícias sobre o Mundial também, mas nada indica que o fã americano está seguindo o Mundial de Motocross.
Eu acho também que as expectativas sobre Villopoto eram muito grandes, e aí volto na questão dos estrangeiros: é MUITO DIFÍCIL, até para Villopoto, se adaptar às novas pistas, equipe, alimentos, equipamentos, etc. Isso leva um tempo, e por isso acredito que Villopoto já começa a falar em mais um ano na Europa.
4 :: O mistério de Millsaps
Todos ficaram muito curiosos com o que aconteceu com Davi Millsaps, que foi dispensado pela Kawasaki com uma rescisão de contrato imediata, mesmo que a marca tenha ficado sem piloto para as três rodadas finais do AMA SX. Até agora, tanto equipe quanto piloto, foram muito cuidadosos com as declarações, claro que por causa de toda questão jurídica. Sabemos que quando uma equipe termina um contrato desta forma é porque alguma coisa estranha aconteceu. O que se comenta nos bastidores é que algum membro da equipe Kawasaki encontrou uma substância proibida pela WADA (Agência Mundial Anti-Doping) – a mesma que detectou anfetamina no teste de James Stewart – no armário de Millsaps.
Este ano, a WADA fez dois testes durante a temporada de Supercross, mas em nenhum deles Millsaps foi sorteado para ser testado, portanto, há nada da WADA contra ele. Além disso, Millsaps afirmou que embora seus resultados não foram bons como desejado, ele nunca fez nada para violar o contrato. Vamos ver onde esta história vai acabar.
5 :: Os favoritos no AMA MX
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A pouco mais de uma semana para o início do AMA Motocross 2015, a expectativa aumenta. Na minha opinião, a temporada de Motocross será mais divertida e emocionante do que a de Supercross que recém acabou. Pelo menos é o que todos queremos, mesmo sem Villopoto e Bubba.
Dungey, na 450, é sem dúvida um dos mais fortes. Mas Roczen deve retornar com muita gana depois de ter perdido a temporada de SX com uma lesão, também porque vai querer defender seu título. Outros pilotos como Tomac, Seely, Barcia são minhas apostas pela briga pelo título.
Na 250, todos sabem que será muito disputado, com Webb, Musquin, Martin, Boogle. São todos pilotos muitos bons.
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Um saludo a todos e até a próxima!
Juan Torres – venezuelano, vive nos Estados Unidos e é mecânico profissional e treinador de pilotos. Auxilia brasileiros e latinos que queiram desenvolver suas técnicas de pilotagens na Terra do Tio Sam 😉 . Além disso, divide seu conhecimento e opiniões com os seguidores do BRMX. Contato: [email protected]