A segunda etapa do AMA Motocross 2015 acontece neste sábado, 23, na tradicional pista de Glen Helen, em Sacramento, Califórnia. Juan Luis Torres, deopis de idas e vindas, apresenta opiniões importantes sobre a primeira etapa do campeonato, que aconteceu semana passada. São visões interessantes de um mecânico “doente” por motocross. Confira e entenda um pouco mais deste esporte doidão!
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1 :: Acerto é a palavra-chave
Finalmente começou o AMA Motocross! Vamos à segunda etapa neste sábado, 23, em Glen Helen, uma das pistas preferidas de todos. Depois de uma temporada de Supercross um tanto chata, o Motocross começou quente. A chave na primeira etapa era achar o acerto ideal da moto – devido a toda mudança de pista. E quem se deu bem foi Eli Tomac. Vimos um ET confortável, enquanto outros sofreram muito, como Weston Peick, que teve até arm pump, assim como outros. Hangtown é uma pista com muitas subidas e descidas e um terreno intermediário que forma muitos brake pumps (buracos na zona de freada) no fim das descidas e canaletas, que geralmente ficam muito duras. Então é um circuito que demanda muito do físico, da experiência e da tecnologia para poder fazer uma moto mais fácil de se pilotar. Na minha opinião, o resultado não quer dizer que Tomac está sobrando, mas que sua equipe achou o melhor acerto para a moto. Vamos ver outros pilotos ganharem corridas e um campeonato mais disputado que o SX.
2 :: Constância e velocidade
Na 250, muita disputa com muitos pilotos rápidos. Acho que aqui o acerto da moto fez menos diferença, pois a pista estava menos destruída. Detalhe foi o tombo forte de Justin Bogle, que chegou a botar sangue pela boca, mas agora está bem, sem ossos quebrados. Temia-se que houvesse uma lesão grave no ombro, mas a ressonância confirmou que foram apenas pancadas. Fica fora da etapa de Glen Helen neste sábado, e só volta quando estiver 100%. Já Adam Cianciarulo conseguiu ser rápido, mas inconstante. Já disse antes: é preciso ser constante para vencer campeonatos.
3 :: A tecnologia a favor do piloto
Você já deve ter escutado os mecânicos falarem em deixar a moto “no ponto”. Mas o que seria deixar “no ponto”? As equipes se apoiam nos treinos, vídeos e experiências em corridas anteriores na mesma pista para tentar entregar ao piloto uma moto em que ele se sinta o mais confortável possível. O piloto tem que se sentir confiante para dar todo gás sem ter tanto desgaste físico. Hoje em dia a tecnologia invadiu o motocross se utilizando de sensores por toda moto que armazenam em uma memória toda informação e comportamento da moto quando está na pista. Vale dizer que NÃO é telemetria, já que não transmite informação em tempo real para o pit, mas a informação gravada permite que os mecânicos e técnicos saberem, por exemplo, se a moto está com a mistura correta de combustível, se está esquentando muito, se a suspensão está muito dura. Interessante é que nem sempre estas informações coincidem com o que o piloto está percebendo em cima da moto, além de termos pistas que mudam a cada volta. Apesar disso tudo, no motocross o ajuste nunca está perfeito, é preciso tentar e errar bastante para achar o acerto ideal. Como disse antes, o principal é que o piloto se sinta confortável, e nisso os sensores ajudam como um guia.
4 :: KTM 2016 confirma suspensão a ar
Finalmente as alaranjadas fizeram o lançamento oficial de seus modelos 2016, da qual já falamos aqui no HOT 5. É, basicamente, uma Factory 2015, mas sem tantos adereços, como os adesivos de Musquin e Dungey, horímetro e largador. A maior diferença está nas suspensões dianteiras. A KTM, depois de fazer muitos testes com Andrew Short, manda para as lojas – tanto na Europa quanto nos EUA – sua moto com a nova suspensão WP a ar, deixando no passado a WP 48mm de retentores e a WP 4CS, que era utilizada nos modelos norte-americanos.
5 :: Aldon Baker confirma gravidade de lesão de Villopoto
Temos hoje uma contribuição do jornalista Mau Haas para o TOP 5. Nesta semana, ele conversou com Aldon Baker, treinador de Ryan Villopoto, quem reafirmou que a lesão do piloto é mais grave do que se esperava. Baker disse que não há previsão para RV voltar às corridas, que a situação das costas do atleta é um tanto complicada, mas que os trabalhos seguem intensos para recolar Villo de volta ao circuito. Aguardemos!
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Um saludo a todos e até a próxima!
Juan Torres – venezuelano, vive nos Estados Unidos e é mecânico profissional e treinador de pilotos. Auxilia brasileiros e latinos que queiram desenvolver suas técnicas de pilotagens na Terra do Tio Sam . Além disso, divide seu conhecimento e opiniões com os seguidores do BRMX. Contato: [email protected]