Vencedor na Holanda, Shaun Simpson fala da vitória e do futuro no Mundial de Motocross

||

No fim do ano, quem comemora é Shaun Simpson! – Foto: Youthstream

Ele é o nome do momento. Depois de vencer a última etapa do Mundial de Motocross 2013, no domingo, 8, Shaun Simpson viu os holofotes se voltarem para ele.

Sua vitória em Lierop, na Holanda, por um time privado, traz um argumento forte para que consiga um contrato melhor na temporada 2014. Não se assuste se nos próximos dias você ler aqui no BRMX a notícia de que Simpson foi contratado por um time de fábrica, muito provavelmente pela Yamaha.

Depois da conquista, o pessoal da MXLarge conversou com o piloto. Em uma entrevista bastante sincera e emocionada, ele contou como foi voltar a vencer no Mundial de Motocross. Acompanhe abaixo!


O quanto é divertido fazer parte da entrevista coletiva (somente os três primeiros do GP participam)?
Shaun Simpson:
Não sei. É como sair do nada para ser herói em uma semana. Pressenti que eu conseguiria um bom resultado neste fim de semana. Tive uma visão que estaria no pódio. Nesta semana não pensei em mais ninguém além de Tony (Antonio Cairoli). Ontem (sábado, na classificatória) ele venceu, e eu terminei em segundo. Me senti bem. Fui para a pista hoje (domingo) pela manhã e estava dois segundos e meio mais rápido que Desalle (Clement Desalle). Na primeira bateria, baixei a cabeça e Tony veio. Eu nem teria ficado tão chateado se ele tivesse me vencido. Todos sabem o quanto ele é bom na areia. E eu consegui ganhar dele. Aquilo foi incrível. Na segunda bateria eu sabia que precisava fazer o máximo para estar no pódio, e aí ver o que aconteceria. Eu não tinha ideia em qual posição estava. Achei que Kevin (Strijbos) tinha vencido. Sabia que se Ken (de Dycker) tivesse me passado, Tony ganharia de mim na soma. Então eu estava pedindo para isso não acontecer. Mas, enfim, seria um grande resultado de qualquer maneira. Nem sabia que eu poderia fazer tantos pontos em um só dia. Geralmente faço cerca de 20. Hoje fiz 45 ou algo assim, nem sei. Nem sei como consegui.

E isso não foi por acaso, como se você tivesse largado na ponta e se distanciado. Você veio passando muita gente.
Shaun Simpson:
Na primeira eu larguei mais ou menos, estava em sétimo na primeira curva. Estava em quinto e meu pai escreveu na placa “corrida longa”, e eu meti isso na minha cabeça. Preciso me acalmar. Bobryshev e Strijbos estavam em um ritmo alucinante. Comecei a pensar que não daria. Mas na metade da prova o ritmo ficou mais calmo e eu comecei a chegar. Mas antes de eu perceber isso, eu estava na liderança. Liderei algumas voltas e então Tony apareceu. Na segunda bateria, consegui o holeshot. Briguei com Tony na segunda curva e “uhuulll”. E quando percebi tinha caído. Fiquei meio “puto”. Pela primeira vez no ano faço uma boa largada e acontece isso. Mas levantei, saí de sétimo, fui para segundo e administrei. Acabei em terceiro. Kevin (Strijbos) veio e me passou. Estou muito, muito contente.

No sábado você já surpreendeu a todos. Muitos vieram falar com você depois disso?
Shaun Simpson:
Pra ser sincero, não falei com muitas pessoas durante todo ano. Tem sido só meus amigos mais próximos e minha família. Ontem muitos vieram falar todas aquelas coisas do tipo, “é isso aí”, “grande trabalho”, “muito bom”. Mas onde eles estavam no restante do ano?. Mas isso não importa. É bom ver todo mundo. Acho que todos viram que o pitlane estava incrível. Mal consigo explicar o quanto eles me ajudaram hoje. Sem querer ser pretensioso, eu fui o cara. Tony é o cara, mas eu consegui. É uma bateria, é uma vitória overall. Ninguém pode me tirar isso. Está na história.

E o que muda agora? Alguma nova oferta?
Shaun Simpson:
Sinceramente, nem voltei para o caminhão ainda. Fui direto para o pódio e para a coletiva de imprensa. Nem vi ninguém ainda. Só sei que não poderia ter feito nada melhor para me colocar na vitrine neste momento do ano. Sei que tem muita gente procurando por pilotos, mas agora estou no topo da lista. Ficarei muito desapontado se ninguém vier me procurar com uma boa proposta para o próximo ano. Me sinto merecedor de um bom contrato. Acho que se eu tivesse andado todo ano como andei nas últimas corridas, teria terminado em sexto ou sétimo no campeonato. E os caras que andam entre quarto e oitavo tem bons contratos com as equipes de fábrica. Nós estamos com duas motos desde a Suécia, uma para treino e outra para corrida, com pouco estoque de peças. Um trabalho duro.

Sabemos que agora você vai fazer algumas provas no campeonato belga e no MX das Nações. Os resultados de hoje aumentam a pressão?
Shaun Simpson:
Não. Foi um fim de temporada perfeito. Estou em terceiro no campeonato belga e em terceiro no campeonato holandês. E Teutschenthal, outra pista que eu gosto. Temos um time forte. Sem pressão para essas corridas. O campeonato belga e o holandês são mais para me divertir mesmo. E no Nações tem mais gente olhando, tem a competição com os americanos e essas coisas. Vamos ver o que acontece.

Esse resultado aqui eleva o time britânico a condição de candidato ao título do Nações? Como você acha que as pessoas enxergam o time contigo, Tommy Searle e Jake Nicholls?
Shaun Simpson:
Não sei como Jake e Tommy se saíram hoje. Mas todos sabemos que Teutschenthal não se parece em nada com isso aqui (Lierop). Do jeito que é o Nações, você poderia pegar os nossos resultados hoje e isso não significar nada para o Nações. Mas sei que se todos dermos nosso melhor, se formos consistentes, se ninguém quebrar, errar, estão não estaremos muito longe. Poderia dizer que conseguiríamos ganhar, ou pelo menos estar no pódio. Acho que TOP5 é bem provável. Mas temos que ver como será no dia, como cada um vai se sentir. Isso muda a cada semana.