Com treinador sul-africano e mecânico venezuelano, Gustavo Pessoa começa a surpreender

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Gustavo venceu a primeira etapa do brasileiro – Foto: Mau Haas / BRMX

 

A primeira etapa do Brasileiro de Motocross 2015 teve uma grata surpresa na categoria MX2. Gustavo Pessoa, jovem piloto de 17 anos da equipe Honda Mobil, venceu em Limeira a sua primeira corrida como profissional. Se emocionou, chorou e levou muita gente às lágrimas no motódromo do Horto. Três dias depois, “a ficha ainda não tinha caído” para o jovem tímido, calmo, e de poucas palavras. Até mesmo para Gustavo, o resultado foi uma surpresa, e ele ainda está “em choque” com tudo o que aconteceu.

Piloto desde os quatro anos de idade, já acumula bons resultados em sua curta carreira. Vice-campeão do Arena Cross e da Superliga, além do título na categoria Júnior do Brasileiro MX são algumas das façanhas que obteve nas “categorias de base”.  Sempre focado nos treinos, Gustavo possui um programa especial de treino junto ao seu treinador Shaun White, sul-africano que passou um período no Brasil em 2014, trabalhando com os pilotos da Honda e da IMS Racing, e agora o atende à distância.

– Eu e o Shaun White estamos juntos desde o ano passado.  A relação é um pouco difícil às vezes porque ele é da África do Sul, mas mesmo assim nós conseguimos nos comunicar. O meu treinamento não exige muito de mim, que é para evitar o desgaste físico, e às vezes acho que poderia treinar um pouco mais, mas sei que este treino é importante para eu não estar fadigado nas competições – explica Gustavo.

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Ano passado Gustavo já correu na MX2, mas pela equipe IMS (satélite Honda). Terminou o Brasileiro de Motocross na quinta colocação da tabela, tendo o quarto lugar, em cinco baterias, como seu melhor resultado. Neste ano, o jovem foi para a equipe oficial da Honda (que também tem o comando de Wellington Valadares).

– As conversas tiveram início no ano passado, e então no começo do ano elas voltaram a acontecer, e de forma mais intensa. Acredito que os meus resultados anteriores ainda nas competições de base chamaram a atenção deles. Estou muito feliz de fazer parte da equipe Honda – diz.

A equipe tem ainda Hector Assunção, atual campeão brasileiro da MX2, além de Paulo Alberto e Wellington Garcia na MX1. Completando o time, outro estrangeiro. É com o mecânico Jose Manuel Gutierrez, o Cuchi, que o piloto passa a maior parte do dia.

– Eu e o Hector possuímos uma boa relação, nós brincamos e conversamos, somos amigos. Também tenho boa relação com os outros pilotos, admiro eles, porque não é fácil estar no Brasileiro com a crise que tem. Sobre o Cuchi, como meus pais trabalham, eles não podem estar sempre juntos comigo, então o Cuchi me ajuda bastante nestes momentos, ele os substitui de certa forma. É meu melhor amigo e estamos sempre juntos. Nossa relação é muito boa – garante.

 

Gustavo Bogle ou Justin Pessoa?

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Gustavo Pessoa cumprimenta o público em Limeira – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Curioso é o número que Gustavo Pessoa utiliza: 891. Seu perfil no Instagram também é interessante: @capitao891. Tudo referência ao norte-americano Justin Bogle, campeão do AMA Supercross 2014 na 250.

– Uma vez eu fui tirar uma foto com ele e ele foi bem simpático comigo, então passei a gostar ainda mais dele do que já gostava. Por isso uso o mesmo número e nick dele (Justin Bogle é @captain891). Ele é um dos pilotos em que me espelho – conta.

Neste sábado, 23, o piloto paulista tem mais um desafio: a segunda etapa do Arena Cross 2015. Na primeira rodada, realizada há cerca de um mês, @capitao891 terminou apenas em 12º.

 

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Bogle na época do 891 – Foto: Vital MX