“Esta semana pode ter mudado a minha vida”, diz Enzo Lopes sobre o Loretta Lynn 2017

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Enzo exibe a medalha do Loretta

 

A primeira semana do mês de agosto de 2017 pode ter mudado a vida de Enzo Lopes. O Loretta Lynn MX – maior campeonato amador de motocross do mundo – costuma chamar atenção das equipes para jovens talentos do esporte. Enzo, com seu desempenho na edição 2017 do evento, abriu os olhos de muita gente.

Antes de cair na terceira e decisiva bateria da categoria 250A, o brasileiro estava em segundo na classificação – mesmo posto que ocupava na classe Open Pro Sport -, atrás de Justin Cooper, que vira profissional no próximo sábado, 12.

No Top 5 do Loretta 2017, Enzo era o único piloto sem apoio de alguma equipe. Joey Crown (Kawasaki), Jake Masterpool (Suzuki), Mitchell Falk (KTM), Jordan Bayley (Husqvarna) e Challen Tennant (Yamaha), por exemplo, têm estrutura de equipe por trás. Mas Enzo ganhou deles todos em pelo menos uma bateria da 250A e da Open.

Nesta terça-feira, 8, após fazer um treino de pedalada, o brasileiro atendeu a ligação do BRMX para conversar. Em seu apartamento na Califórnia, Estados Unidos, ao lado de sua família e do treinador Maguila, falou sobre o futuro.

Confira!

 

BRMX: Como está se sentindo depois do Loretta?
Enzo Lopes: Muito bem! Esta semana pode ter mudado a minha vida e a vida da minha família. Me mostrei ao mundo. Muita gente veio falar comigo, tive um desempenho muito bom. Minhas voltas eram iguais do (Justin) Cooper.

BRMX: Sua cabeça deve estar borbulhando de sonhos.
Enzo Lopes: Ser campeão do Supercross é meu sonho desde criança. É difícil de falar, nunca tive em um momento assim.

BRMX: Já pode revelar alguma proposta?
Enzo Lopes: Não tem nada definido ainda, mas tem gente interessada. É um dos melhores momentos da minha carreira. O Cooper já assinou com a Yamaha e estreia em Unadilla, e ele tem 19 anos, eu tenho 17, faço 18 daqui uns dias.

BRMX: O Justin Cooper foi o único que realmente te venceu.
Enzo Lopes: E com moto top, eu privadão. Passei todos eles, mesmo largando mal. Mesmo tendo caído e não podendo largar na última bateria, mostrei meu potencial.

BRMX: Como foi o tombo?
Enzo Lopes: Um cara cortou um salto na minha frente, e depois não me lembro de nada. Não lembro o que falei, não lembro o que aconteceu. Apaguei. Não deu pra largar na última. Chorei de dor na volta de apresentação. Não conseguia nem puxar a embreagem.

BRMX: Sabe o que machucou no pulso?
Enzo Lopes: Sei que não quebrou. Mas ainda estou esperando uma semana pra ver como fica. Se não passar bem a dor, vou fazer ressonância. Mas acredito que logo estarei bom.

 

BRMX: Lembro que no ano passado você ficou muito chateado de não correr o Loretta. Este ano foi recompensador.
Enzo Lopes: Ano passado foi um ano muito difícil, com muitas fraturas. E mesmo nas provas que andei aqui nos Estados Unidos, Daytona e Freesstone, não consegui me achar. Caí andando o Brasileiro, que não era o meu foco, e perdi o Loretta. Aí, este ano resolvi me focar completamente nos EUA. E deu certo.

BRMX: Quando você percebeu que poderia fazer um grande resultado no Loretta deste ano?
Enzo Lopes: Mammoth (outra importante corrida de amadores nos EUA), neste ano, foi um divisor de águas porque vi que podia ganhar do Cooper. Só não ganhei dele lá porque errei na última volta. Mas treinei muito, treinei todos os dias, com os prós, virando volta na casa deles, pra chegar for no Loretta.

BRMX: A pista do Loretta estava mais difícil este ano ou foi só impressão de quem assistiu pela tela do celular?
Enzo Lopes: Tava muito difícil. Umas 15 canaletas nas curvas. Tava insana. Tratavam muito fundo. Eram tantos buracos que pareciam costelas. Eles faziam os buracos. Coisa de outro mundo.

BRMX: Outro detalhe importante é o trabalho do Maguila aí contigo, não?
Enzo Lopes: O Maguila é demais! Ele me fez muito bem estando na minha bota. Ele me ajuda muito a andar me divertido, e isso traz resultados e confiança.

 

Maguila, de camiseta preta, é o treinador de Enzo

 

BRMX: Quais são os próximos planos?
Enzo Lopes: Primeiro plano era fazer as últimas etapas do AMA neste ano. Mas, conversando durante o Loretta, achamos melhor não fazer porque já fizemos o bastante pra conseguir equipe. Voltamos pra Califórnia e vamos esperar pra ver se conseguimos fechar algo. Mas, independente de entrar numa equipe ou não, quero fazer algumas etapas do AMA Supercross em 2018.

BRMX: Tem acompanhado as corridas no Brasil?
Enzo Lopes: Sim, estou por dentro do que acontece. Vejo as notícias. Queria ter andado em São José porque gosto de lá, mas tenho que manter meu foco aqui.

BRMX: E o desempenho do Gustavo Pessoa no AMA MX, tem acompanhado?
Enzo Lopes: Sim, vejo os resultados e torço para que ele se dê bem aqui. Andar entre os 20 como ele fez é muito bom, é ótimo, não é nem um pouco fácil.

 

Piloto aguarda fechar um contrato para correr o AMA MX