Se tem alguém que já fez de tudo no motocross, esse cara é Eric Geboers. Cinco vezes campeão mundial, promotor de Grande Prêmios e Motocross das Nações, ele também é gerente da equipe Rockstar Energy Suzuki.

Nesta terça-feira, 18, a Youthstream publicou uma breve entrevista com a lenda belga. Nela ele fala do passado e diz que vê um grande futuro para o filho de Stefan Everts. Confira!

Hoje tem Ken De Dycker, Kevin Strijbos, Clement Desalle, Jeremy Van Horebeek e Joel Roelants. Mas a Bélgica não parece ter muitos talentos surgindo e, como sabemos, o país não tem um campeão do mundo desde 2007 (Steve Ramon). Já é o maior período sem títulos na história…
Geboers: Tivemos o azar de “perder” Stefan Everts. Desde então, os estrangeiros têm tomado conta. Na minha opinião, o primeiro que virá depois de Clement Desalle será Liam Everts (filho de Stefan). Se você quer adrenalina, você tem que ver esse cara pilotando. Me arrepiei vendo ele andar.

Você acompanhou Ken Roczen desde pequeno. Dá para comparar?
Geboers: Vi Ken Roczen com 10 anos, quando fomos a primeira vez para o Mini O’s, na Flórida, Estados Unidos. Liam tem agora seis ou sete anos. Acho que Liam está na frente de Ken. Stefan é duro com ele. E ele é duro com Stefan. Tem personalidade.

Vimos esse ano, no Motocross das Nações, que os belgas ainda sabem correr na areia. Infelizmente, não ganharam o evento. Lembro que você disse outra vez que nunca ganhou o Nações como piloto, e era parte do time que perdeu em 1981.
Geboers: Sim, por causa do domínio americano nos anos 80, nunca tive a chance de ganhar um. Ganhei algumas corridas de MXoN, mas nunca como time. E sim, os belgas ainda sabem correr na areia.

Lembro de Jeff Leisk ganhando uma bateria e perdendo outra por falta de combustível nas areias de Valkenswaard. Foi um dos momentos mais marcantes para o motocross australiano nos anos 80. Você correu naquele dia, se lembra? O quanto é importante ser mais cuidadoso quando se está competindo na areia?
Geboers: Me lembro. Tínhamos a mesma moto e o mesmo tanque. A configuração era diferente. Estávamos fazendo testes de consumo antes e eu me lembro que meu consumo era bom, não para desperdiçar, mas dava para fazer as duas corridas. O consumo da moto de Jeff era pior. Ela tinha um estilo diferente. É o mesmo para Tanel Leok e Clement Desalle. Eles tinham a mesma moto neste ano, mas o consumo de Tanel era maior. Pilotos com “acelerador nervoso” usam mais combustível. Aqueles que controlam melhor a aceleração, gastam menos.