Entrevista com o campeão: Antonio Cairoli fala do título e do possível confronto com Ryan Villopoto

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Cairoli e Villopoto
A festa italiana (e austríaca) no fim da primeira bateria – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Quase duas horas depois da segunda bateria da 16ª etapa do Mundial de Motocross 2014, realizada em Trindade, Goiás, no Brasil, Antonio Cairoli, 28 anos, ainda atendia fãs que pediam autógrafos e fotos. Vestindo camiseta regata comemorativa em alusão ao seu oitavo título mundial e óculos escuros por causa de um incômodo no olho, o italiano atendia a todos com seu tradicional sorriso.

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TC222 acumula, além dos oito títulos, 72 vitórias em Grandes Prêmios (9 na Era MXGP, 39 na MX1 e 24 na MX2). O primeiro deles foi em 2004, de MX2, no GP da França, em Namur, e o mais recente foi em Lommel, na Béligica, cerca de 30 dias atrás, já na categoria MXGP. Dos seus oito títulos mundiais, este é o sexto na principal categoria (agora MXGP, antiga MX1), tendo mais dois na MX2.

Por ter 109 pontos de vantagem na classificação em relação ao segundo colocado, Jeremy Van Horebeek (Bélgica), da Yamaha Factory Racing, Cairoli só cumprirá tabela na etapa final, no México.

Neste domingo, em meio a inúmeros pedidos de “Cairoli, Cairoli, Cairoli”, o campeão atendeu ao BRMX para uma rápida entrevista.

Confira!

 

BRMX: Pela segunda vez você conquista um título mundial no Brasil. Isso torna sua relação com o Brasil um pouco especial?
TC222: Eu gosto do Brasil, é parecido com a Itália. As pessoas são muito legais. É como se eu estivesse em casa. Venho do sul da Itália, e as pessoas de lá são parecidas com as daqui. Gostaria de ter vencido, apenas, mas tudo bem.

BRMX: Você teve um problema no olho. O que aconteceu?
TC222: Ontem (sábado) alguém na minha frente jogou uma pedra ou algo assim (involuntariamente) e isso bateu no meu óculos, arrancando a lente fora. Entrou terra no meu olho e eu segui pilotando. Isso foi na segunda volta, e acho que acabou machucando. Espero que não seja nada grave. E hoje (domingo) eu não me sentia muito bem com isso, ainda mais com as sombras que haviam na pista na segunda bateria. Eu não queria cometer nenhum erro. Gostaria de brigar pela vitória e até me sentia rápido nos dez primeiros minutos, mas precisava cuidar muito. Então achei melhor ficar longe de uma lesão maior por causa de um tombo.

BRMX: Ainda temos a última etapa do Mundial, no México, mas acredito que seu foco agora esteja no Motocross das Nações, que a Itália não vence desde 2002, na Espanha. Você já está treinando de 250?
TC222: Sim, o foco agora é o Motocross das Nações. Mas só vou começar a treinar com a 250 quando voltar para a Europa. Acho que conseguirei fazer uns cinco treinos com a moto antes do MXoN. Acho que posso fazer uma boa corrida.

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BRMX: Deve ter sido complicado chegar a esta decisão de andar de 250 em uma competição tão importante.
TC222: A decisão não foi fácil mesmo. Eu ganhei (as baterias) os últimos Motocross das Nações (e poderia tentar manter esta marca). Mas faço isso pela Itália, pelo time. E eu seria o único que poderia correr na MX2. Os outros dois pilotos (Davide Guarneri e David Phillipaerts) não teriam condições, porque um não teria uma 250 perfeita para competir, e Philipaerts está com seu próprio time e sequer tem uma 250. A KTM é a melhor moto nas 250cc que existe. Então, posso fazer algo bom.

BRMX: Você já admite que seu maior objetivo agora é chegar a marca de Stefan Everts e seus dez título mundiais?
TC222: Ainda não. Estou motivado a continuar competindo, dia após dia. Quero sempre melhorar, e essa é minha principal motivação.

BRMX: O que você pensa da possível transferência de Ryan Villopoto para o Mundial de Motocross?
TC222: Acho que seria bom. É importante ter um campeão norte-americano na MXGP. Seria importante para o motocross de uma maneira geral e também para o campeonato mundial. E como piloto acho interessante também, porque terei uma nova aventura, uma nova motivação.

BRMX: Você já conversou com ele a respeito disso?
TC222: Não. Apenas nos falamos poucas vezes e muito rapidamente.

 

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:: Vídeo da conquista

 

Fotos da conquista

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Cairoli salta a mesa de chagada e comemora – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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Comemora com a equipe – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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Companheiro de time, Stefan Everts usa a camisa comemorativa – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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A festa da champanhe foi grande – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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Antes da segunda bateria, dicas de Stefan Everts – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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Na segunda bateria, italiano apareceu com o número 8 às costas – Foto: Mau Haas / BRMX

 

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Tony já recebeu a placa dourada, de campeão – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Desempenho de Cairoli na temporada, etapa por etapa

3º – MXGP Qatar
1º – MXGP Tailândia
1º – MXGP Brasil
5º – MXGP Trentino
1º – MXGP Bulgária
1º – MXGP Holanda
4º – MXGP Espanha
1º – MXGP da Grã-Bretanha
3º – MXGP da França
1º – MXGP da Itália
5º – MXGP da Alemanha
1º – MXGP da Suécia
1º – MXGP da Finlândia
3º – MXGP da República Checa
1º – MXGP da Bélgica
3º – MXGP do Estado de Goiás, Brasil
?? – MXGP do México