Campano conta detalhes do tetra e já planeja 2018

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Campano comemora a chegada em Charqueada – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Carlos Campano conquistou neste domingo, 10, o título do Brasileiro de Motocross 2017 na categoria principal, a MX1.

Desde que passou a competir no Brasil, em 2012, esta é a quarta conquista do principal título do motocross nacional pelo espanhol para a Yamaha.

Campano se igualou, em número de títulos na categoria principal, a Jorge Negretti, que ganhou a 250cc em 1987, 1990, 1991 e 1998, e Nivanor Bernardi, vencedor dos primeiros campeonatos organizados no país, em 1973, 1974, 1977, 1978.

Neste quesito de títulos na categoria principal, o espanhol só perde para o gaúcho Pedro Bernardo Raymundo, o Moronguinho, que tem seis títulos na 250cc (1976, 1979, 1980, 1981, 1982 e 1985).

A conquista de Campano em 2017 chegou com quatro vitórias em baterias e muita consistência, com lugar no pódio em todas as rodadas. Na última etapa, o título se confirmou após um inteligente segundo lugar na primeira bateria, vencida por Paulo Alberto.

Ao final da competição, o espanhol acumulou 279 pontos, 14 a mais que o vice-campeão, o português Paulo Alberto.

 

Números de Carlos Campano na temporada 2017

4 vitórias em baterias

4 vezes 2º lugar nas baterias

3 vezes 3º lugar nas baterias

1 vez 4º lugar em bateria

1 vez 8º lugar em bateria

Festa do título após a primeira bateria – Foto: Miguel Campano

 

 

Confira abaixo a entrevista com o campeão, realizada logo após a corrida em Charqueada, neste domingo, 10.

Resumo da temporada

“Me senti à vontade o ano todo, não só aqui, mas na Espanha também. Ganhei lá também. Aqui no Brasil, acelerei quando tinha que acelerar. Quando as pistas estavam mais perigosas, fui mais de boa. Fiz um campeonato bem inteligente”, analisa Campano.

 

Sentimento de campeão

“Fiquei bem feliz. Dos seis anos que estou aqui, ganhamos quatro e tivemos dois vice-campeonatos no Brasileiro, estes dois ainda bem perto, por pouco, com todos os problemas que um piloto pode ter. Estou muito feliz. Sentimento de missão cumprida. A gente trabalha muito, e agora veio a recompensa.”

 

Nível dos adversários

“No primeiro ano que andei aqui no Brasil, as pistas eram maiores e dava para tirar mais tempo por volta, dava para arriscar mais. Agora as pistas são menores e tem pouca diferença entre os pilotos. É difícil. O nível melhorou muito, hoje tem dez pilotos que andam forte. Se você errar, é difícil recuperar os pontos. Este ano fui bem tranquilo, não caí nenhuma vez até nesta final, que o Jetro abriu um pouco a linha na largada e eu saí fora. Mas não cometi erros, fui bem de boa. Acho que isso foi a chave. Estava no mesmo nível que eles, mas andei sei correr riscos. Quando precisou acelerar, acelerei, ganhei as corridas.”

 

Campo Grande decidiu

“Sabia que Campo Grande seria a corrida mais importante, com três baterias, na pista mais difícil, bem arenosa, dava para tirar a diferença. Ainda assim me controlei porque o Jetro não se deu bem com a pista. Decidimos em equipe que a estratégia seria ganhar do Jetro para controlar o campeonato.”

 

Em 2018

“Ano que vem estou de volta. Vamos fazer o mesmo esquema de morar na Espanha e correr aqui e lá. Deu certo. Lá tenho tudo para treinar, tenho corridas para pegar ritmo para chegar aqui bem preparado. Lá fico bem menos estressado, posso testar mais coisas, tenho mais pistas, mais tipos de terreno, posso ficar perto da família. Fazia seis anos que não morava com a família, então foi muito bom, deu certo, vamos repetir.”

 

Correr etapas do Mundial

“Vai depender do calendário no Brasil. Eu queria fazer a da Espanha, em Redsand, a terceira etapa, mas tudo depende do ritmo que vou estar quando chegar a data da prova. O Brasileiro tem um calendário divulgado que começa em março, mas depois as coisas mudam. Não é bom estar 100% em fevereiro porque acabamos em dezembro, é muito tempo treinando, então tem que ver. A prioridade vai ser fazer o Brasileiro.”

 

Se sente em casa no Brasil

“Tem muita torcida, pego o telefone depois da corrida e tem muita mensagem, a maioria de brasileiros. Estou há muitos anos, fiz muitos amigos, tenho muitos parceiros de muito tempo já. Estou bem feliz. Eles ajudam, torcem, é muito legal.”

 

Machucado no ombro

“Fui ao médico e ele disse que não machucou, não deslocou, que foi só a pancada mesmo. Foi feio o tombo porque cravei uma placa de publicidade daquelas embaixo do braço, na hora fiquei brabo, queria pegar os caras porque sabia que tinha velocidade. Mas começou a doer cada vez mais. Só terminei a bateria porque queria pegar pódio para mostrar a camisa nova de campeão. Mas estive perto de abandonar a bateria. Tá bem inchado, mas acho que recupera logo.”

 

Férias curtas

“Vou tentar tirar umas férias, mas não pode ser muito tempo porque logo começam as corridas de novo. Mas vamos aproveitar para preparar bem a pré-temporada e voltar forte em 2018.”

 

Os títulos marcados na história – Foto: Miguel Campano
Festa no pódio – Foto: Mau Haas / BRMX