BRMX Economia: Rinaldi desponta no mercado motociclístico brasileiro

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A Primeira Pesquisa Anual de Mercado BRMX, realizada entre novembro e dezembro de 2011, apontou a Rinaldi S.A. Indústria de Pneumáticos como a marca de pneus mais lembrada pelos consumidores – 34,5%. O resultado coloca uma empresa brasileira à frente de potências mundiais como a italiana Pirelli, a francesa Michelin e a japonesa Bridgestone na preferência do consumidor nacional.

O sucesso nesta pesquisa, de acordo com os dirigentes da empresa, é resultado do conjunto de ações colocado em prática nos últimos três anos e que envolve as áreas de marketing, desenvolvimento de produto, produção e o setor comercial. Talvez, a lembrança mais eminente da marca na memória do internauta é o patrocínio da Rinaldi ao Campeonato Brasileiro de Motocross nas três temporadas recentes. Mas, há muito mais sendo trabalhado por esta empresa que está localizada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

Com área industrial instalada em 35 mil metros quadrados, a Rinaldi apresenta uma produção média de 12 mil pneus por dia. As linhas voltadas às motocicletas correspondem 95% desta produção, sendo o restante absorvido pela linha agrícola. Do montante destinado ao mercado de motocicletas, 70% são de pneus de rua, o on road, e 30% representam a linha off road.  

:: Assista ao vídeo institucional da Rinaldi

A Rinadi também fabrica câmaras de ar e nos últimos anos passou a abastecer o mercado original fornecendo produtos para as motocicletas das marcas Dafra e Traxx. O próximo passo da empresa gaúcha, de acordo com o que seus dirigentes revelaram na entrevista que você lê a seguir, será estender ao setor de bicicletas a experiência adquirida ao longo das quatro décadas de existência. 

Jana Brun Nalin, responsável pelo marketing, e Sérgio de Paris, gerente comercial, da Rinaldi conversaram com o BRMX. Confira a entrevista.


BRMX – A Rinaldi tem ampliado sua fatia no mercado de pneumáticos. Ao que vocês atribuem esse sucesso?

Jana Nalin – O mercado de motocicletas no Brasil só cresce, registrando índices entre 10 e 11% ao ano. Isso é muito significativo. A Rinaldi tem uma respeitabilidade muito grande diante do mercado, nacional e internacional, e vem acompanhando este crescimento. As montadoras instaladas no Brasil estão nos procurando, querendo que tenhamos capacidade produtiva não somente para o mercado de reposição, mas também para atender suas linhas de montagem. Somado a isso, o apoio ao esporte serviu para fortalecer nossa relação com o consumidor e agregar outros negócios.

BRMX – A importação de pneus e câmaras de ar, principalmente da China, tem comprometido a indústria de pneumáticos no país?

Sérgio de Paris – Tem. Porque, além dos grandes distribuidores estarem trazendo pneus, eles estão desenvolvendo suas próprias marcas. Isso se aplica à motopeças também. Há ainda os importadores de brinquedos, roupas e outros acessórios, por exemplo, que estão importando pneus.

Jana Nalin – Isso acontece porque o preço está acessível, e o mercado está consumindo. Então, se acaba unindo o útil ao agradável. Mas, o que percebemos é que para o pessoal que não é do ramo, pouco importa a qualidade do produto, o que reflete na baixa durabilidade do pneu. Nosso consumidor é sensível ao preço. Somado a esses fatores, temos a dificuldade de abastecer o mercado. Isso acontece porque o mercado se encontra extremamente consumidor da marca Rinaldi, mas não estamos conseguindo abastecê-lo com o produto, principalmente na linha mista e off road. O modelo dianteiro do HE40, por exemplo, é o mais procurado.

BRMX – Existe uma perspectiva de crescimento na produção da Rinaldi, por meio de ampliação na planta fabril ou aumento no número de funcionários?

Sérgio de Paris – Em nossa região, que é forte em indústrias, encontramos dificuldades principalmente na questão de contratar mão de obra.

Jana Nalin – Estão previstas algumas mudanças na área fabril em curto prazo, mas, sobre a possibilidade de construção de uma nova planta no Brasil, eu não teria essa informação. Obviamente, a direção da empresa está buscando soluções. Como outras empresas, existe a opção de se produzir fora do país, mas com tecnologia brasileira. Essa é uma realidade que teremos que aprender a conviver e também a desenvolver. Obviamente, tomando todo o cuidado e ressalvando a marca, sem abrir mão da qualidade do produto.



Mulheres são presença constante na linha de produção da Rinaldi – Foto: Elton Souza / BRMX

BRMX – Isso resultará na criação de novos modelos de pneus para motocicletas?

Jana Nalin – A tendência é que a Rinaldi venha melhorar ainda mais sua participação no off road, onde a rentabilidade é maior, e também no on road, com produtos voltados para uso sem câmara de ar, uma linha que ainda vai crescer muito. Outro mercado que estamos avaliando é o das bicicletas. Hoje, só tem uma fabricante nacional que produz pneus de bicicletas. Então, há a possibilidade da Rinaldi ingressar neste segmento no médio prazo.

BRMX – A Rinaldi faz questão de agregar o conhecimento do atleta patrocinado ao desenvolvimento de seu produto. Como isso funciona?

Jana Nalin – Em 2008, iniciamos um trabalho com o Marronzinho (João Paulino Silva Júnior) que nos ajudou a desenvolver o modelo SR39. Com nossa entrada ao Campeonato Brasileiro de Motocross e a extensão do apoio a mais atletas, conseguimos evoluir muito no produto. A experiência nos Estados Unidos (durante o Motocross das Nações 2010) fez com que trouxéssemos muitas coisas boas, ouvindo várias opiniões. Nosso representante no Reino Unido, a Stakeford (Tyres Limited), também está muito próximo da Michelin, Pirelli e Golden Tyre, assim, conseguimos muita informação da Europa. Em cima disso, nós já implementamos mudanças na linha RMX35, na linha SR39 e HE40. Estamos partindo para outro caso, o desenvolvimento de um produto que será específico para rali. Queremos aproveitar um pouco mais do potencial do (Felipe) Zanol, que está despontando no Dakar e Rally dos Sertões.

As linhas voltadas às motocicletas correspondem 95% desta produção – Foto: Elton Souza / BRMX 

Rinaldi no mercado original

Sete modelos motocicletas da Traxx e quatro modelos da Dafra deixam as fábricas equipados com pneus e câmaras de ar Rinaldi. São eles:

TRAXX
JOTO JH125-35A
FLY JL125L
STAR JL50Q-2
SKY JL110-8
WORK
NEW-SKY
NEW FLY

DAFRA
ZIG +
ZIG 50
SUPER 100
SUPER 50