Balbi Junior analisa os favoritos para abertura do AMA Supercross 2018

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NOTA DA REDAÇÃO: Balbi Junior falou ao BRMX sobre suas expectativas para o AMA Supercross 2018. Balbi é profundo conhecedor do esporte, dos pilotos, do AMA SX. Ler o que ele tem a dizer vale muito a pena. Se você quer ver o campeonato bem informado, se ligue nestas dicas do campeão.

 

Quem é o cara na 450

Pra quem é fá de motocross e supercross, esta é a corrida mais esperada do ano. Temos em 2018 uma 450 muito forte e uma 250 Costa Oeste mais fortes dos últimos anos.

Na 450, temos quatro caras que vão ditar o ritmo. Eli Tomac é o favorito, com Musquin e Roczen muito próximos, e o Anderson. Entre estes quatro sai o campeão.

Eu daria uma pequena vantagem para o Tomac, já que ano passado ele ganhou nove etapas e “meia”, já que na última ele teria vencido também se não tivesse tentado dificultar a vida do Dungey.

Além disso, vem forte, não mudou de equipe. Se tudo correr bem, é minha aposta também para vencer neste fim de semana.

Não podemos esquecer que o Marvin Musquin vem muito forte. Em todas as provas da intertemporada, venceu. É um cara muito forte, mas acho que dará mais trabalho na Costa Leste.

Vai depender da construção das pistas. O ponto negativo do francês é nas costelas. E as costelas da Costa Oeste podem definir corridas. Ele é muito técnico, mas até hoje não demonstrou a mesma capacidade nas costelas que os outros três que citei antes – Tomac, Roczen e Anderson.

Na Costa Leste, o terreno é mais macio e as costelas se deterioram durante o evento. E ninguém PULA melhor costela que o Musquin. Ele sempre arruma uma sequência de 3-3 ou 3-4, o que não é possível de fazer nas costelas do Oeste, que não se desmancham por causa do chão duro.

O Anderson pode vencer a qualquer momento. Acho que estará muito forte em Anaheim. Se eu colocasse dinheiro, ele seria minha segunda opção depois do Tomac.

E a gente tem a volta do Roczen, que vai brigar o campeonato inteiro, talvez não tão forte neste início. Ele não vai querer se machucar novamente, então vai ser mais consistente. Vem de uma lesão muito severa, mas é o Ken Roczen, o piloto mais talentoso da atualidade.

Vendo alguns vídeos dele, dá pra ver que ainda não tem a mobilidade. Está pilotando um pouco mais duro. Em dias de treinos isso às vezes é imperceptível porque você ainda é rápido, mas na corrida, com canaletas, outros 21 competidores, isso pode incomodar.

 

Quem pode surpreender?

Dean Wilson é extremamente talentoso, mas depois de se machucar muito ficou fora dos top. Mas está numa equipe boa, vem de uma temporada inteira sem lesão. Pode surpreender.

Weston Peick é outro que vem de uma temporada sem lesão. Pode surpreender.

Cooper Webb é um cara que não sabemos o que esperar. Teve uma temporada muito abaixo da expectativa em 2017, mas é um piloto que tem calibre, apresentou muito na 250. Pode até brigar pelo título se mostrar aquele potencial.

Chad Reed é um cara forte, mas que é difícil esperar boas apresentações no início das temporadas. Uma vez recuperado da lesão no pé, lá pela quinta ou sexta etapa, pode brigar pelo pódio.

Cole Seely é muito talentoso no supercross e pode surpreender.

Broc Tickle pode ressurgir, já que sempre foi um cara Top10 e vem aí com uma grande chance na KTM. Tá substituindo o Dungey não só na KTM, mas também nos treinos com o Aldon Baker.

Tem ainda o Jeremy Martin, que vai andar na HRC neste começo. É um ponto de interrogação. Acho que vai depender do tipo de pista. Se for uma pista mais simples, pode surpreender. Se for costelas grandes, chão duro, deve ficar fora do Top10.

Justin Brayton, chefiado pelo Tony Alessi na MotoConceps, campeão na Austrália, completamente adaptado a Honda 2018. Pode surpreender se largar bem.

Mas, se não me engano são cerca de 15 pilotos com moto de fábrica, o que torna a disputa muito acirrada.

 

250 Oeste

Apesar de não termos 100% de certeza de quais serão os pilotos, podemos imaginar uns cinco que vão brigar pela vitória.

Sou muito fã do Adam Cianciarulo. Ele é uma promessa de muitos anos e acho que chegou a hora. Vem como favorito. Acho que poderia ter vencido já na temporada de estreia, mas acabou se machucando. A maturidade agora chegou. Está treinando com o Roczen, tem o Nick Way ao seu lado. Vem forte.

Christian Craig é outro. Se tiver costelas grandes, ele é o cara. Ele é muito bom neste tipo de obstáculo. Porém, é um cara que ainda não comprovou lidar bem sob pressão. Quando não se espera muito é que ele vai bem. Mas quando é favorito, espana. Agora é a hora de provar. Talento e moto, ele tem. É a grande esperança da Honda no Oeste.

Na Yamaha tem o Plessinger, que é muito forte mas tem um ponto fraco que é na largada. Ano passado largou muito mal e perdeu a disputa pelo título. Se melhorar isso, é candidato.

O campeão Justin Hill, de moto nova, tem que defender o #1. Ele foi muito forte ano passado, mas muitos questionam a Suzuki por ser uma moto, um projeto muito antigo. Mas acredito na experiência do Hill e da JGR para superar isso. Ele é um dos favoritos ao lado do Cianciarulo.

Na KTM tem o Shane McElrath, que ano passado vinha muito bem até a quebra mecânica. Estava lado a lado com o Hill na briga pelo campeonato. Este ano deve brigar outra vez.

O Davalos, de volta à Pro Circuit, é candidato. É ultra experiente, fez a sua melhor temporada ano passado – de 450 – e pode ganhar aquele título que deixou escapar em 2014. Porém, de última hora mudou para a Costa Leste.

No lugar dele, vai o Joey Savatgy na Costa Oeste e a PC Kawasaki fica ainda mais forte, com dois pilotos capazes de serem campeões. Savatgy perdeu o campeonato do ano passado na última curva, e vem forte de novo. Ele é muito sólido, larga bem. Torna a Costa Oeste ainda mais forte. Só não pode mais errar sob pressão, como aconteceu ano passado.

 

Surpresas

Mitch Oldenberg trocou a KTM pela Yamaha, indo para o time que em 2015 e 2016 foi campeão com o Cooper Webb. E o Oldenberg é muito rápido também. Pode apresentar um bom trabalho.

Alex Martin, na Troy Lee KTM, veterano e consistente. Mas ainda não encaixou perfeitamente no SX, enquanto sempre briga na frente no MX.

Chase Sexton ainda não vimos alinhar no SX, mas no MX é muito rápido. Está ao lado do Craig na GEICO, uma das melhores motos do circuito.

 

Jean Ramos

Como todo brasileiro, estou na torcida pelo Jean. É a nossa esperança. É um cara que já tem experiência no Supercross. Foi muito bem em 2013, andando de Kawasaki, depois de Yamaha andou um pouco abaixo do que ele mesmo esperava porque não teve tempo de se adaptar.

Eu colocaria o Jean entre o 15 aos 22. Espero ele no Main Event. Pela experiência e talento que tem, deve chegar aos Main Events, o que para nós brasileiros é muito legal.

Um excelente resultado seria entre 10º e 15º, mas acho que vai andar entre o 15º e 22º, torcendo para ele surpreender e brigar mais próximo da ponta, beliscando um Top10.

Jean está de parabéns pela iniciativa. E para nós é muito bom ter um brasileiro lá para podermos torcer.

 

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