Alemanha vence Motocross das Nações pela primeira vez na história e quebra sequência dos Estados Unidos após sete anos de hegemonia

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A festa da Alemanha no pódio e na torcida foi impressionante e emocionante – Foto: Keu Lerner / BRMX

A Alemanha fez história neste domingo, 30 de setembro, em Lommel, na Bélgica, ao vencer pela primeira vez o Motocross das Nações. Max Nagl, Ken Roczen e Marcus Schiffer também ficarão marcados para sempre por quebrarem uma sequência de sete anos dos Estados Unidos da América ao faturar a 66ª edição do MXoN.

O país sede, Bélgica, foi vice-campeão com Clement Desalle, Ken De Dycker e Jeremy van Horebeek. Os Estados Unidos completaram o pódio com Ryan Dungey, Blake Bagett e Justin Barcia.

O Brasil, representado por Gabriel Gentil, Marçal Müller e Rafael Faria, ficou fora das finais depois de disputar a corrida de repescagem. Na soma final, a seleção tupiniquim ficou em penúltimo (32º lugar), à frente apenas da Tailândia, que desistiu antes da repescagem.

– Viemos aqui como um time e todos fizeram um grande trabalho, ninguém caiu e isso foi muito importante porque a pista estava muito difícil. Esta é a primeira vez da Alemanha e para cada um de nós. Isso é sensacional – exclamou Ken Roczen.

Com a Bélgica em segundo lugar, o chefe de equipe Jöel Smets viu repetir um filme da década de 80, quando os Estados Unidos ganharam na \”casa do motocross”.

– Estou um pouco decepcionado porque não gosto de ver outras cores ganhando em meu país. Fomos consistentes, não caímos, mas tivemos azar. Foram quatro KTM no pódio, e uma do meu time quebrou (a de jeremy van Horebeek). Isso é azar. Mas quero dar os parabéns aos alemães e aos americanos pelo belo trabalho. Eu era criança e vi o time americano ganhar aqui. E agora isso se torna ainda mais impressionante ver o que eles fizeram nos anos 80 – comparou Smets.

Para os Estados Unidos, a pista foi o grande diferencial. Todos os pilotos comentaram que foi muito difícil andar em Lommel, mesmo depois de treinar na pista algumas vezes uma semana antes.

– Não é ruim (o resultado). Fizemos nosso melhor. Parabéns a Alemanha e Bélgica. Fiz tudo que pude e apesar de termos treinado aqui, foi muito difícil. Você precisa mais tempo para se acostumar a ela, precisa de mais treino. Todos fizeram um grande trabalho. Queríamos ganhar, mas não deu – lamentou Ryan Dungey.

Individualmente, Antonio Cairoli, da Itália e Jeffrey Herlings, da Holanda, foram os grandes nomes. Cairoli por ter vencido as duas baterias, e Herlings por ter ganhado uma e feito corrida impressionante na outra, após cair nas primeiras curvas.

– Estou feliz por ter vencido as duas baterias, mas estou triste pela colocação da Itália (5º lugar). Poderíamos ter feito o pódio. Muitas vezes fui mal no Nações, e desta vez que fui bem não deu certo. Mas no próximo ano devemos fazer melhor. Top 5 está bem – comentou Cairoli.

– Sei que tenho uma boa velocidade em uma pista destas. Jeffrey estava muito perto, mas estou feliz com minha pilotagem de hoje. Depois de cinco voltas fiquei sabendo que ele tinha caído e ele ainda chegou. Foi fantástico, mas eu administrei para vencer. Não andei no limite. Não é meu estilo correr riscos, especialmente na areia. Guardei forças para o final, e quando precisei, eu tinha – complementou o italiano.

Herlings enalteceu o feito do colega de KTM:

– Antonio é um grande piloto, hexacampeão mundial. Não é nada vergonhoso perder para ele. Terminamos (Holanda) em quarto, o que foi melhor do que eu esperava. Quase pegamos o pódio – disse o holandês.

– Treinei alguns dias com a moto (350cc) e percebi que ela é bem diferente, mas acho que me adaptei bem. É uma excelente moto. Na primeira bateria fui muito bem, fiz o holeshot e andei bem, e na segunda tive que me recuperar. Não ganhei, mas foi como se tivesse. Antonio é espetacular. Estou feliz com o meu resultado – completou Herlings.

:: Classificação MXoN 2012

1) Alemanha – Max Nagl, Ken Roczen, Marcus Schiffer
2) Bélgica – Clement Desalle, Ken De Dycker, Jeremy van Horebeek
3) Estados Unidos – Ryan Dungey, Blake Baggett, Justin Barcia
4) Holanda – Jeffrey Herlings, Glenn Coldenhoff, Marc de Reuver
5) Itália – Antonio Cairoli, Davide Guarnieri, Alessandro Lupino

:: Resultados das baterias

MX1 – MX2
1) Anotonio Cairoli – Itália
2) Gautier Paulin – França
3) Max Nagl – Alemanha
4) Clement Desalle – Bélgica
5) Ken Roczen – Alemanha
6) Evgeny Bobryshev – Rússia
7) Ryan Dungey – EUA
8) Tommy Searle – Grã Bretanha
9) Marc de Reuver – Holanda
10) Jeremy van Horebeek – Holanda

MX2 – MX3/Open
1) Jeffrey Herlings – Holanda
2) Tanel Leok – Estônia
3) Ken de Dycker – Bélgica
4) Ken Roczen – Alemanha
5) Davide Guarnieri – Itália
6) Blake Baggett – EUA
7) Marcus Schiffer – Alemanha
8) Todd Waters – Austrália
9) Max Anstie – Grã Bretanha
10) Xavier Boog – França

MX1 – MX3/Open
1) Antonio Cairoli – Itália
2) Jeffrey Herlings – Holanda
3) Justin Barcia – EUA
4) Tanel Leok – Estônia
5) Ken de Dycker – Bélgica
6) Max Nagl – Alemanha
7) Clement Desalle – Bélgica
8) Gautier Paulin – França
9) Ryan Dungey – EUA
10) Rui Gonçalves – Portugal

* Texto atualizado às 14h03 de domingo, 30 de setembro